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segunda-feira, 21 de março de 2011

O TERROR DO PRECONCEITO!

       A vida é simplesmente algo muito complexo! Somos seres que possuem consciência da própria finitude! Sabemos que vamos morrer, mas, mesmo assim, tentamos ignorar essa nossa certeza mórbida. Se pensássemos um pouco mais sobre a nossa fragilidade e fugacidade, com certeza não cometeríamos tantos crimes contra a nossa própria "espécie". 
     Muito nos revoltam as situações de injustiças contra os mais fracos. Não podemos ver uma criança apanhando de um adulto e ficarmos indiferentes com tal atitude. Não podemos ver idosos sendo agredidos. Não somos capazes de suportar cenas reais de violência. Não nascemos para relevar a agressão aos nossos semelhantes. Isso deve ser quase consenso!
       Mas, por que agimos com pré - conceitos com as pessoas? Muitas vezes, não conhecemos determinada pessoa, mas a julgamos por parâmetros afoitos e impulsivos. Somos muito céleres para pronunciar o nosso veredicto sobre aqueles que nos são desconhecidos. 
     Hoje, em pleno século XXI, vemos (ou nós mesmos fazemos) atitudes horrendas vindas de seres humanos e dirigidas a outros seres humanos. Numa sociedade (Ocidental) em que a liberdade, a individualidade e o direito à dignidade são bandeiras constantes, constatamos muitíssimas contradições patentes.
       Como ser livre, quando você não se encaixa nos padrões de beleza, de peso, de cor, de pensamentos, de religião, de etnia e de sexo, ditados pela pretensa onipotência da ditadura vigente? E qual é o problema hoje?
      Ser muito magro, ser muito gordo, ser punk, ser pobre, ser negro, ser indígena, ser da zona rural, ser muito pequeno, ser muito grande, ser "feio", ser homossexual, ser ateu, ser de uma outra religião, ser analfabeto, ser idoso, ser excepcional, estar doente, ser calvo, ser albino, etc. Tudo isso é visto como PROBLEMA para uma casta, regida pelo capitalismo selvagem, que sequestra milhões de mentes sadias com este engodo de aparências.
       Infelizmente, a cultura das aparências está se impondo. Não devemos fechar os olhos para o que há de belo e grandioso nas pessoas. Seria melhor se nós todos nos esforçássemos para ver além da crosta. Geralmente, dentro de uma concha apagada e opaca, encontra-se uma pérola magnífica e valiosíssima. 
Não maltratemos as pessoas ao nosso redor, pois são elas que nos darão as mãos quando as nossas já não tiverem forças para segurar! 

sábado, 15 de janeiro de 2011

EU TAMBÉM VI UM BICHO!




Vi ontem um bicho
 Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
 Catando comida entre os detritos.
 Quando achava alguma coisa,
 Não examinava nem cheirava:
 Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

Ah, grande Manuel Bandeira! Quão sensível era a sua percepção! Somente grandes "espíritos" se espantam com os os acontecimentos sórdidos com os quais a grande maioria já se acostumou, tornando-os comuns! Ver pessoas nas ruas, comendo restos de alimentos, já não toca o coração de todos! Estamos insensíveis à animalização do ser humano? Manuel Bandeira, eu também vi um bicho catando sobras na feira, ontem! Era, novamente, o bicho homem! Meu Deus! 

José Luís Queimado!

QUEM É ESSE JOVEM JUDEU?






Pegaram-na no flagra! 

- "Uma adúltera! Uma prostituta! Uma mulher suja e nojenta! Que vamos fazer com ela?"
- "Vamos levá-la àquele homem que faz troças e galhofas de nossas leis e de nossos costumes!"
E levaram aquela mulher perante aquele jovem! Aqueles homens, com pedras gigantes nas mãos, querem saber a opinião daquele possível herege! O que ele vai responder? A mulher faz as suas últimas preces, sabendo de seu "destino" ireevogável, fatal! Ela chora! Pensa em seus familiares, que também a desprezam. Pensa em tudo o que fez na vida, e lamenta-se por não ter o direito de se defender! O jovem não olha para ela! É condenação na certa! Ela ouve os homens questionando o jovem! Silêncio!... Todos se foram! Agora, ela olha diretamente para aquele ser humano, que de tão humano parece resplandecer divindade! 
- "Mulher, alguém te condenou?" - Uma pergunta surpreendente, inédita! Todos os pecadores, humanos passíveis de erros, foram pegos em suas próprias fraquezas; Ele desnuda a verdadeira natureza humana! Todos erram (na linguagem cristã: todos pecam!). Todos se foram! Ninguém teve coragem de atirar a primeira pedra naquela mulher, sofredora ao extremo!
- "Nínguém me condenou!" - A alegria dela é tanta que não encontra palavras para agradecer ao jovem! Sente-se envergonhada! Mas sabe que alguém se preocupou com ela! Deixou de ser objeto, passou a se sentir humana, novamente!
- "(Minha filha) Vai e não peques mais!" - Agora que a dignidade dela foi resgatada, não pode ser rebaixada novamente! Pede a ela que saia de cabeça erguida! Vida nova! Vai, e ama-te mais, agora!
Que jovem é esse que deixa constragidos os mais altos dignatários de sua terra? Eles, que possuíam a Lei a seu favor, poderiam ter apedrejado a moça e aquele "insolente", por blasfêmia! Mas as suas palavras derreteram as mais duras pedras! 
Que jovem é esse que tocava nos leprosos (impuros)? Que tocava nas mulheres hemorroísas (impuras)? Que tocava nos mortos (totalmente impuros)? Que acolhia o cobrador de impostos (seres abjetos e traidores do povo)? Que falava com os samaritanos (prostitutos dos ídolos)? Que se emocionou com uma mãe estrangeira que lhe implorava a cura de sua filha (banida do povo eleito)?
Esse jovem tocou nas pessoas! Esse jovem sorriu para os sofridos! Ele ficou bravo; chorou; emocionou-se com a simplicidade; agoniou-se; orou ao Pai; fez obras grandiosas! Os gestos mais intrínsecos aos seres humanos, ele os realizou; por isso, chamamos-lhe Divino! Quem dera soubéssemos agir de forma tão humana quanto aquele homem? Verdadeiro homem! Muitos professam: Verdadeiro Deus!
Se fôssemos seguir os seus exemplos, teríamos de: matar e enterrar os nossos preconceitos vis; amar e respeitar o diferente, com sinceridade; abraçar os mais abandonados e pisados pelas estruturas sociais; dar a mão aos sofridos; ser advogado dos que se sentem acuados, coagidos e indefesos; buscar a amizade e o carinho em primeiro lugar! Mas tudo isso é besteira! Muito mais fácil é dizer que este homem foi Deus e viver os três substantivos com "IN": INdividualismo, INdiferença e INtransigência! Assim é fácil ser cristão!!! Difícil é viver o Cristo no dia-a-dia! Felicidades a todos!

José Luís Queimado!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

PALAVRAS QUE INSULTAM!









UM TEXTO MUITO INTERESSANTE DO PROFESSOR DOUTOR CLÁUDIO MORENO! APROVEITEM! JLQUEIMADO!



Embora possamos insultar nosso semelhante com gestos e atitudes, o genuíno, o bom insulto  é sempre verbal. Para molestar nosso ouvinte o máximo possível, dispomos de palavras humilhantes que valem como projéteis sonoros; há vocábulos especiais que ferem mais que pedras e porretes. Nossos primos, os animais, só podem manifestar sua ira e seu repúdio com agressões físicas que vão do coice à dentada; os símios, mais civilizados, já fazem caretas, uivam e guincham com escárnio. O popular bugio, ao jogar em cima de seu desafeto generosos punhados de excremento fresco, é o que mais perto chega do homem, pois nele já percebemos aquela intenção simbólica que caracteriza todos os insultos. Para a espécie humana, no entanto, o verdadeiro insulto nasceu quando nosso bisavô troglodita deixou cair o porrete e a pedra que trazia nas mãos e experimentou atingir seu oponente com alguma palavra bem cabeluda, vendo, com satisfação, que isso deixava o ouvinte furioso. Estava aberto o campo para a experimentação.

Essa evolução da agressão física para a verbal está presente na história do próprio vocábulo insulto. Em Latim, insultare significava, literalmente, “atacar, acometer alguém, pular sobre ele”. O ataque era puramente físico, sem envolver palavras (a não ser, talvez, por um ou outro grito de entusiasmo…). É significativo que este verbo fosse irmão de saltare, de onde recebemos assalto salteador, entre outros. Pouco a pouco, os próprios romanos começaram a usar insultare no sentido de um ataque puramente verbal, como hoje conhecemos. O insulto típico trata de atribuir ao insultado alguma qualidade reconhecidamente negativa. As áreas mais exploradas, na nossa cultura, são a pouca inteligência (burro, lorpa, estúpido, tolo, coió), a sanidade mental (louco, maluco, tantã), a prática de atos condenáveis (ladrão, vigarista, corrupto) ecomportamento sexual visto como censurável (puta, veado, broxa). Como o insulto reflete um conjunto de crenças compartilhado por uma comunidade num determinado momento, é natural que de uma época para outra ou de uma região para outra haja consideráveis divergências entre o que é insultuoso ou não.  Da imensa lista de vocábulos que podem ser proferidos com intenção (e efeito!) insultuosa, destacamos alguns que têm uma história parecida: nasceram sem malícia, mas terminaram fazeram parte das ofensas mais comuns de nosso idioma. A Etimologia nos permite recuperar as origens, muitas vezes esquecidas, desses insultos consagrados, confirmados pelo uso de todos os brasileiros: idiota, imbecil, cretino, canalha, boçal, besta e otário
idiota — Quase cinco séculos antes de Cristo, o famoso Péricles classificou de idiotes (de idios, “separado, privado”) os cidadãos que se ocupavam exclusivamente com seus assuntos particulares e não se envolviam com os problemas de sua Cidade, de sua Pólis. A participação de todos nas decisões coletivas era a verdadeira essência da democracia ateniense; os que desertavam desse dever cívico eram, muito naturalmente, olhados com absoluto desprezo, e o vocábulo logo passou a ser usado como insulto. Além de designar esse isolamento dos maus cidadãos, idiotes terminou englobando também a idéia de alienaçãodo mundo concreto e real. Finalmente, quando chegou a Roma, que trataria de difundi-lo por todas as línguas européias, o termo idiota já estava ligado, como hoje, à ignorância ou à debilidade mental.
imbecil — No sentido original que tinha no Latim, o vocábulo imbecillis significava “fraco, frágil”. A decisão de um juiz, o estado de espírito de um governante, uma mulher, uma criança pequena, a saúde de um cidadão — tudo isso poderia ser qualificado de imbecil, nesse sentido primitivo do termo. Até mesmo a terra estéril, sem força, podia ser imbecil. Pouco a pouco, a partir do séc. XVI, a palavra vai-se limitando a indicar a “fraqueza da inteligência”, “retardo mental”, embora Molière, na sua deliciosa Escola de Mulheres (1662), ainda use o termo com o antigo significado de “fraqueza”: “nada há de mais fraco ou imbecil”, diz ele das mulheres, e não é à sua inteligência que ele está se referindo. 
cretino — Veio de cristão. Em certos vales isolados dos Alpes Suíços, na Idade Média, a ausência de iodo na alimentação fez surgir um grande número de indivíduos deformados, com inteligência reduzida, quase anões, mirrados, pálidos e com a pele murcha. Para que a população os tratasse com compaixão, os padres da região lembravam sempre que estas infelizes criaturas também eram filhos de Deus, eramcristãos – em Francês, chrétien; no dialeto da região, cretin. A partir do séc. XIX, tornou-se uma das formas preferidas de insultar a inteligência alheia.
canalha — Insulto pesado, o preferido de Nelson Rodrigues. Veio do Italiano canaglia, literalmente “cachorrada” (de cane, “cão”) e designava, no seu sentido primitivo, a plebe, a ralé — aquilo que o Quico, do seriado do Chaves, chama de “gentalha”: “O público de Shakespeare era uma canalha irrequieta e barulhenta”. Hoje o termo perdeu o seu valor coletivo e passou a ser um insulto individual, tendo adquirido o sentido de “sujeito vil, traiçoeiro, sem princípios e sem caráter”.
boçal — Na América Espanhola e no Brasil, assim era chamado o escravo recém-chegado da África que só falava a sua língua nativa. Como não entendia (ou fingia não entender) o Português, era menor o seu valor como mercadoria no nefando comércio de escravos, já que não podia ser instruído em ofícios ou atividades mais complexas. O dicionário de Morais registra o uso do termo também com relação a animais não adestrados (cavalo boçal, elefante boçal). Desse sentido inicial de “inexperiente, não-treinado”, passou a ser um dos insultos mais pesados de nossa língua, significando “ignorante, estúpido”.
besta — Os animais de carga constituem um fonte abundante de palavras insultuosas. Para chamar alguém de grosseiro ou ignorante, acrescentando aquele toque ofensivo e humilhante indispensável ao bom insulto, servem tanto os genéricos (besta, quadrúpede, cavalgadura), como os mais específicos (asno, burro, mula, jerico, jumento, zebra). Se alguns destes vocábulos terminaram perdendo sua força agressiva pelo uso continuado, nosso idioma deu-nos várias maneiras de recuperar seu vigor inicial: besta quadrada, pedaço de asno, besta galega.
otário — Dizem que este termo nos veio através do lunfardo (a língua da malandragem de Buenos Aires). É mais um insulto extraído do mundo animal: os otários são os lobos e os leões-marinhos, primos da morsa, da foca e do elefante-marinho, encontráveis na Antártica e nas águas geladas do sul de nosso continente. Como todos os seus parentes, são animais pouco ágeis, extremamente lentos, com uma inegável aparência de tolos — daí o seu aproveitamento como ofensa.
* artigo publicado sob o título de “É a mãe!“, na revista Superinteressante (dez. 2001).
Depois do Acordo: idéia > ideia européia > europeia
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JOSÉ LUÍS QUEIMADO!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O HOMO SAPIENS SAPIENS E O BULLYING!







O HOMO SAPIENS SAPIENS E O BULLYING!

Seres humanos! Pertencentes ao Reino Animal; ao Filo dos Cordados; à Classe dos Mamíferos; à Ordem dos Primatas; à Família dos Hominídeos; ao Gênero “Homo”; à Espécie “Homo Sapiens”; e à subespécie “Homo Sapiens Sapiens”. Aí está o ser humano taxonomicamente definido! Somos duplamente sábios: somos racionais! Mesmo assim, não podemos nos esquecer de que somos animais; não somos plantas, muito menos minerais! Isso é mais do que óbvio! Por que então escrever isso? Porque muitos, por incrível que pareça, prescindem dessa realidade peremptória!

Depois da definição dada acima, e de relembrarmos que somos racionais, e animais, a pergunta que se nos apresenta diante de alguns fatos pegajosamente persistentes em nossa História é: por que maltratamos os mais fracos? Poderíamos elencar várias formas de opressão e maus tratos, mas queremos trazer à tona uma das maneiras mais repugnantes de violência humana: o Bullying!
A violência infligida por um indivíduo (ou grupo) mais forte a outro mais fraco, psicológica ou fisicamente falando, é conceituada pelo termo inglês Bullying. Todas as pessoas são passíveis de sofrer agressões físicas ou verbais! Entretanto, o mais estarrecedor tipo de Bullying (exatamente por ter se tornado comum) é aquele em que as vítimas e os agressores são crianças, adolescentes e jovens; e é praticado nos locais de ensino (escolas e universidades).
Uma criança pode estar sendo, continuamente, agredida pelos “colegas” de escola! Muitas vezes, ela chega suja, triste e amedrontada em casa, mas não externa aos seus pais a crueldade pela qual está passando. Crianças e adolescentes que não querem ir à escola, sem motivos claros, podem estar sofrendo esse tipo de agressão! Os pais devem ser os primeiros vigilantes; os professores, os inspetores e os diretores têm o múnus de zelar pelo bem físico e psicológico desses seres humanos indefesos!
O agressor (Bully: palavra inglesa que quer dizer valentão), geralmente, é aquele ou aquela que possui uma grande influência sobre as outras pessoas! Nas escolas e universidades são sempre os mais “populares”! Mas também são Sapiens Sapiens (pelo menos na taxonomia!). Não podem ver uma pessoa mais fraca que os seus instintos mais recônditos emergem com veemência! É bem parecida à cena de animais selvagens, que veem a presa indefesa, e investem a sua força contra ela. Os animais caçam para sobreviver, mas os Sapiens Sapiens atacam sem motivo nenhum!
As minorias são sempre as mais perseguidas! Sempre! A pessoa mais calada, a mais tímida, a mais reservada! Geralmente, os pobres (chamados de pobretão, sujo, imundo); os fracos (cognominados mocinha, fracote, frangote, afinão); os estudiosos (nerd, cdf, puxa-saco); os efeminados (bichinha, gazela, marica), se forem moças e meninas são chamadas de sapatão, homão, machuda; os campesinos (da roça, buscapé, mazarope, burros), etc.! Mas a religião do indivíduo também pode ser motivo de agressões. As lesões físicas são terríveis, mas as verbais não deixam de ser tão devastadoras quanto, haja vista os insultos indicados acima!
Que mundo estranho! Somos seres racionais, mas os nossos locais de inserção social são palco de acontecimentos abjetos! Por que agimos assim? Por que as escolas e as universidades não punem com rigor? Seria injustiça agir com dureza nesses casos? Por um acaso, estamos do lado dos agressores? Aqueles que se julgam fortes, populares, inteligentes e poderosos são, na realidade, pessoas incompletas e inseguras, pois têm medo de perder tudo isso que pensam que possuem! Vivem na ilusão!
Até quando os fracos serão humilhados em nossas sociedades? Nós já demos grandes passos: as mulheres não são mais vistas como propriedade dos homens (a não ser em alguns países atrasados e subumanos!); os negros têm os mesmos direitos que os brancos; vivemos numa democracia, etc.! Mas, infelizmente, regredimos em muitos aspectos! A selvageria não pode tomar conta da civilização! Devemos ser duros com os agressores! Não podemos condescender com as agressões, sejam elas de quaisquer níveis! Temos de ficar do lado daqueles que não veem carinho e ternura em lugar nenhum! O nosso Código Civil está do lado da dignidade humana, pois ele afirma que “todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar”! Mas será que nós trabalhamos para que essa lei seja assegurada? É mister que ajamos como defensores daqueles que se julgam sem esperanças de ajuda e algozes daqueles que pensam ter todo o poder do mundo nas mãos! Somente assim poderemos vencer uma das maiores pestes do século XXI: a regressão do Homo Sapiens Sapiens!

José Luís Queimado!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

AMIGOS PENSANTES!: QUERO SER POLÍTICO! AH!AH!AH!

AMIGOS PENSANTES!: QUERO SER POLÍTICO! AH!AH!AH!: " QUERO SER POLÍTICO! AH!AH!AH! A vida é uma flor precios..."

BUSCANDO O CONHECIMENTO DE FORMA VORAZ!

QUERO SER POLÍTICO! AH!AH!AH!

        
  QUERO SER POLÍTICO! AH!AH!AH!

          A vida é uma flor preciosa que nós, seres viventes, temos de regar e cuidar sempre, para que ela não feneça sem antes ter absorvido todos os deliciosos nutrientes da terra! Somos tão preciosos, mas não prestamos atenção nisso! Somos seres de contradição, de busca, de dúvidas, de amor, de ódio, de antagonismos sentimentais, de derrotas, de conquistas, de aventuras! Amamos muito, mas odiamos o mesmo tanto! Somos felizes, porque sabemos o que é ser triste! Vivemos com a ironia e com o sarcasmo descansando na rede de nosso quintal! 
          Num país, em que muitíssimos suam muito para ter uma vida decente, uns poucos ganham muitíssimo para ter uma vida exuberante e opulenta! Um exemplo é a nossa democracia, que nos OBRIGA a escolhermos aquele que irá nos representar! Enquanto milhões de brasileiros confiam em alguns políticos para representá-los e garantir os seus direitos, uma corja de aproveitadores se levanta para tirar o pouco que resta da mão desses cidadãos honestos e trabalhadores! 
          Em nosso país, os professores, que têm o dever de ensinar as novas gerações a pensar, ganham uma miséria (afogam-se no pó de giz e ganham o suficiente para a sobrevivência, e para pagar os gigantescos impostos!); os policiais, que têm a incumbência de garantir o direito dos cidadãos de ir e vir com segurança, recebem um pouco mais do que a humilhação poderia oferecer-lhes! Os nossos trabalhadores rurais, construtores civis, vendedores, garis, seguranças, cientistas, artistas e dezenas de outros profissionais que garantem o funcionamento da ordem social (exceto os jogadores de futebol das multinacionais!), são recompensados com uma mixaria que não pagaria nem mesmo a água gasta para lavar o suor que se acumulou durante um dia de trabalho! 
          Bom mesmo é ser governador, senador, deputado, presidente, em suma, bom mesmo é ser político! Todos sabemos que o aumento de salário dos nossos políticos (um aumento de 61, 8%) é um ato mais do que justo! Exatamente! Imagine o quanto esses nossos representantes trabalham, de sol a sol, para garantir os nossos direitos básicos! Eles são os que mais merecem o nosso dinheiro sofrido, afinal, estão investindo pesado em nosso bem-estar! Meus queridos conterrâneos brasileiros, devemos mesmo é esperar que gastem bem o nosso dinheirinho! Os nossos queridos e imprescindíveis deputados vão ganhar 26, 7 mil reais. Se eu ganhasse 2 mil reais por mês (quem me dera!), conseguiria 24 mil reais, no final do ano! Mesmo assim, não conseguiria chegar ao modesto salário de nossos exímios trabalhadores! Pelo menos, ganharia mais que os deputados estaduais, que receberão apenas 20 mil reais (por mês, é claro)! 
     Mas como vivemos numa democracia, isso tudo só foi possível porque todos nós brasileiros, representados na Câmara dos Deputados, ou os nossos estados (no Senado Federal), consentimos com esse merecido reajuste! Fomos consultados muitas vezes sobre o assunto!!! Nós, também, podemos ganhar mais neste ano; talvez cheguemos a ganhar até 550 reais! Isso é dinheiro a rodo! Temos que ir ao mercado, pagar a conta de luz, a conta de água, o IPTU, o IPVA, o aluguel, a escola de nossos filhos, as compras pessoais e da família, etc. Acho que 550 reais são suficientes, afinal, se com 510 nós conseguimos sobreviver, melhor será com 550 reais! 
          Mas eu penso ser representante do povo, quando eu crescer: porque vou ganhar bastante dinheiro e vou deixar de molhar a minha camisa daquele indesejável suor! Só suarei quando eu for caminhar nos lindos jardins dos magnatas, enquanto milhões de brasileiros estarão suando para pagar os gastos do meu cachorrinho de luxo! Mas, queridos leitores e trabalhadores, como dizia o nosso querido paulistano Oswald de Andrade: "Para dizerem milho dizem mio; para melhor dizem mió; para pior dizem pió; para telha dizem teia; para telhado dizem teiado; E vão fazendo telhados!". E depois de toda essa tranqueirada lançada em nossa cara, vamos fazendo telhados! 


Atualizando este artigo: agora, ganhamos R$ 622 reais, já estamos melhorando! Os deputados federais continuam ganhando o mesmo salarinho: R$ 26, 7 mil.

José Luís Queimado!

LIVROS RECENTES

  • A DIVINA COMÉDIA
  • CÂNDIDO, OU O OTIMISMO

NOTÍCIAS GLOBO

MANUEL BANDEIRA

POÉTICA!

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.