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sábado, 15 de janeiro de 2011

QUEM É ESSE JOVEM JUDEU?






Pegaram-na no flagra! 

- "Uma adúltera! Uma prostituta! Uma mulher suja e nojenta! Que vamos fazer com ela?"
- "Vamos levá-la àquele homem que faz troças e galhofas de nossas leis e de nossos costumes!"
E levaram aquela mulher perante aquele jovem! Aqueles homens, com pedras gigantes nas mãos, querem saber a opinião daquele possível herege! O que ele vai responder? A mulher faz as suas últimas preces, sabendo de seu "destino" ireevogável, fatal! Ela chora! Pensa em seus familiares, que também a desprezam. Pensa em tudo o que fez na vida, e lamenta-se por não ter o direito de se defender! O jovem não olha para ela! É condenação na certa! Ela ouve os homens questionando o jovem! Silêncio!... Todos se foram! Agora, ela olha diretamente para aquele ser humano, que de tão humano parece resplandecer divindade! 
- "Mulher, alguém te condenou?" - Uma pergunta surpreendente, inédita! Todos os pecadores, humanos passíveis de erros, foram pegos em suas próprias fraquezas; Ele desnuda a verdadeira natureza humana! Todos erram (na linguagem cristã: todos pecam!). Todos se foram! Ninguém teve coragem de atirar a primeira pedra naquela mulher, sofredora ao extremo!
- "Nínguém me condenou!" - A alegria dela é tanta que não encontra palavras para agradecer ao jovem! Sente-se envergonhada! Mas sabe que alguém se preocupou com ela! Deixou de ser objeto, passou a se sentir humana, novamente!
- "(Minha filha) Vai e não peques mais!" - Agora que a dignidade dela foi resgatada, não pode ser rebaixada novamente! Pede a ela que saia de cabeça erguida! Vida nova! Vai, e ama-te mais, agora!
Que jovem é esse que deixa constragidos os mais altos dignatários de sua terra? Eles, que possuíam a Lei a seu favor, poderiam ter apedrejado a moça e aquele "insolente", por blasfêmia! Mas as suas palavras derreteram as mais duras pedras! 
Que jovem é esse que tocava nos leprosos (impuros)? Que tocava nas mulheres hemorroísas (impuras)? Que tocava nos mortos (totalmente impuros)? Que acolhia o cobrador de impostos (seres abjetos e traidores do povo)? Que falava com os samaritanos (prostitutos dos ídolos)? Que se emocionou com uma mãe estrangeira que lhe implorava a cura de sua filha (banida do povo eleito)?
Esse jovem tocou nas pessoas! Esse jovem sorriu para os sofridos! Ele ficou bravo; chorou; emocionou-se com a simplicidade; agoniou-se; orou ao Pai; fez obras grandiosas! Os gestos mais intrínsecos aos seres humanos, ele os realizou; por isso, chamamos-lhe Divino! Quem dera soubéssemos agir de forma tão humana quanto aquele homem? Verdadeiro homem! Muitos professam: Verdadeiro Deus!
Se fôssemos seguir os seus exemplos, teríamos de: matar e enterrar os nossos preconceitos vis; amar e respeitar o diferente, com sinceridade; abraçar os mais abandonados e pisados pelas estruturas sociais; dar a mão aos sofridos; ser advogado dos que se sentem acuados, coagidos e indefesos; buscar a amizade e o carinho em primeiro lugar! Mas tudo isso é besteira! Muito mais fácil é dizer que este homem foi Deus e viver os três substantivos com "IN": INdividualismo, INdiferença e INtransigência! Assim é fácil ser cristão!!! Difícil é viver o Cristo no dia-a-dia! Felicidades a todos!

José Luís Queimado!

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MANUEL BANDEIRA

POÉTICA!

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.