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sábado, 15 de janeiro de 2011

EU TAMBÉM VI UM BICHO!




Vi ontem um bicho
 Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
 Catando comida entre os detritos.
 Quando achava alguma coisa,
 Não examinava nem cheirava:
 Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

Ah, grande Manuel Bandeira! Quão sensível era a sua percepção! Somente grandes "espíritos" se espantam com os os acontecimentos sórdidos com os quais a grande maioria já se acostumou, tornando-os comuns! Ver pessoas nas ruas, comendo restos de alimentos, já não toca o coração de todos! Estamos insensíveis à animalização do ser humano? Manuel Bandeira, eu também vi um bicho catando sobras na feira, ontem! Era, novamente, o bicho homem! Meu Deus! 

José Luís Queimado!

4 comentários:

  1. Oi José

    Passando para visitar seu blog e ler seus posts.

    Sensibilidade e percepção, são coisas que adquirimos com o tempo. Nem todos usam o tempo, para adquirí-las.

    Abraços
    Balaio Variado

    ResponderExcluir
  2. Boa reflexão , meu caro!
    Usemos bem o nosso tempo! Felicidades!

    ResponderExcluir
  3. O mais incrível é que alguns ainda insistem em continuar nessa condição, conheci um homem que tem os pais separados, como não quis viver com nenhum, vive nas ruas.

    Um abraço

    ResponderExcluir
  4. "Seu nome é Jesus Cristo e passa fome, e grita pela boca dos famintos. E a gente quando vê passa adiante, as vezes pra chegar depressa a igreja" O nosso maior pecado hoje como cristãos é a indiferença frente a situação de miséria de muitos filhos e filhas de Deus.

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MANUEL BANDEIRA

POÉTICA!

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.