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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O HOMO SAPIENS SAPIENS E O BULLYING!







O HOMO SAPIENS SAPIENS E O BULLYING!

Seres humanos! Pertencentes ao Reino Animal; ao Filo dos Cordados; à Classe dos Mamíferos; à Ordem dos Primatas; à Família dos Hominídeos; ao Gênero “Homo”; à Espécie “Homo Sapiens”; e à subespécie “Homo Sapiens Sapiens”. Aí está o ser humano taxonomicamente definido! Somos duplamente sábios: somos racionais! Mesmo assim, não podemos nos esquecer de que somos animais; não somos plantas, muito menos minerais! Isso é mais do que óbvio! Por que então escrever isso? Porque muitos, por incrível que pareça, prescindem dessa realidade peremptória!

Depois da definição dada acima, e de relembrarmos que somos racionais, e animais, a pergunta que se nos apresenta diante de alguns fatos pegajosamente persistentes em nossa História é: por que maltratamos os mais fracos? Poderíamos elencar várias formas de opressão e maus tratos, mas queremos trazer à tona uma das maneiras mais repugnantes de violência humana: o Bullying!
A violência infligida por um indivíduo (ou grupo) mais forte a outro mais fraco, psicológica ou fisicamente falando, é conceituada pelo termo inglês Bullying. Todas as pessoas são passíveis de sofrer agressões físicas ou verbais! Entretanto, o mais estarrecedor tipo de Bullying (exatamente por ter se tornado comum) é aquele em que as vítimas e os agressores são crianças, adolescentes e jovens; e é praticado nos locais de ensino (escolas e universidades).
Uma criança pode estar sendo, continuamente, agredida pelos “colegas” de escola! Muitas vezes, ela chega suja, triste e amedrontada em casa, mas não externa aos seus pais a crueldade pela qual está passando. Crianças e adolescentes que não querem ir à escola, sem motivos claros, podem estar sofrendo esse tipo de agressão! Os pais devem ser os primeiros vigilantes; os professores, os inspetores e os diretores têm o múnus de zelar pelo bem físico e psicológico desses seres humanos indefesos!
O agressor (Bully: palavra inglesa que quer dizer valentão), geralmente, é aquele ou aquela que possui uma grande influência sobre as outras pessoas! Nas escolas e universidades são sempre os mais “populares”! Mas também são Sapiens Sapiens (pelo menos na taxonomia!). Não podem ver uma pessoa mais fraca que os seus instintos mais recônditos emergem com veemência! É bem parecida à cena de animais selvagens, que veem a presa indefesa, e investem a sua força contra ela. Os animais caçam para sobreviver, mas os Sapiens Sapiens atacam sem motivo nenhum!
As minorias são sempre as mais perseguidas! Sempre! A pessoa mais calada, a mais tímida, a mais reservada! Geralmente, os pobres (chamados de pobretão, sujo, imundo); os fracos (cognominados mocinha, fracote, frangote, afinão); os estudiosos (nerd, cdf, puxa-saco); os efeminados (bichinha, gazela, marica), se forem moças e meninas são chamadas de sapatão, homão, machuda; os campesinos (da roça, buscapé, mazarope, burros), etc.! Mas a religião do indivíduo também pode ser motivo de agressões. As lesões físicas são terríveis, mas as verbais não deixam de ser tão devastadoras quanto, haja vista os insultos indicados acima!
Que mundo estranho! Somos seres racionais, mas os nossos locais de inserção social são palco de acontecimentos abjetos! Por que agimos assim? Por que as escolas e as universidades não punem com rigor? Seria injustiça agir com dureza nesses casos? Por um acaso, estamos do lado dos agressores? Aqueles que se julgam fortes, populares, inteligentes e poderosos são, na realidade, pessoas incompletas e inseguras, pois têm medo de perder tudo isso que pensam que possuem! Vivem na ilusão!
Até quando os fracos serão humilhados em nossas sociedades? Nós já demos grandes passos: as mulheres não são mais vistas como propriedade dos homens (a não ser em alguns países atrasados e subumanos!); os negros têm os mesmos direitos que os brancos; vivemos numa democracia, etc.! Mas, infelizmente, regredimos em muitos aspectos! A selvageria não pode tomar conta da civilização! Devemos ser duros com os agressores! Não podemos condescender com as agressões, sejam elas de quaisquer níveis! Temos de ficar do lado daqueles que não veem carinho e ternura em lugar nenhum! O nosso Código Civil está do lado da dignidade humana, pois ele afirma que “todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar”! Mas será que nós trabalhamos para que essa lei seja assegurada? É mister que ajamos como defensores daqueles que se julgam sem esperanças de ajuda e algozes daqueles que pensam ter todo o poder do mundo nas mãos! Somente assim poderemos vencer uma das maiores pestes do século XXI: a regressão do Homo Sapiens Sapiens!

José Luís Queimado!

2 comentários:

  1. Hoje eu tento viver em paz comigo mesmo, não consigo estar em meio à sociedade, porém não mais deixo meu ódio latente interferir em minha luta pela ressocialização, quase 30 anos se passaram, mas o sofrimento naum, ainda me irrito muito ao ver alguem passar por situações do tipo,
    hoje com 40 anos ainda tento me livrar de um passado ao qual a ira pelos outros seres (des)humanos quase me enlouqueceu.
    Como esta escrito ai no final, os diretores deveriam olhar isto melhor, as sequelas desta "brincadeira" podem deixar marcas para o resto da vida.

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  2. Querido amigo "Malukin"! Com certeza, eu compreendo esta marca que ficou em sua vida! Também passei por poucas e boas, e vi muitos inocentes passando! É sempre bom ouvir alguém que venceu e está lutando contra esses malditos crimes! Felicidades!

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Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
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De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
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Quero antes o lirismo dos loucos
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O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.